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‘Brasil vive num estado de exceção no governo Bolsonaro’, diz a cientista social Suzeley Kalil

By Clayton jul25,2022

Cientista Política e Social, Suzeley Kalil vê mais do que bravatas na postura beligerante e agressiva de Bolsonaro; ela vê risco real à democracia

Bolsonaro (Divulgação)

Estado do absurdo.

Cientista Política e Social, Suzeley Kalil vê o Brasil vivendo em um ‘estado de exceção’ ao longo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e com risco à democracia, segundo ela ‘por covardia dos democratas’.

Professora, pesquisadora e membro do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Suzeley acredita que Bolsonaro vem fazendo “tudo aquilo que prometeu na campanha” e “destruindo as instituições que permitem a vigência de um governo democrático, de respeito às eleições”.



Os recentes ataques feitos por Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, as acusações de fraude sem apresentar provas, são uma deterioração do tecido democrático brasileiro que ameaça a própria democracia. É como se fosse um tumor que ataca o corpo de dentro para fora.

“Era previsível o que está acontecendo hoje, de entrar numa quadra em que as regras do jogo pouco valem. Não sei se existe tanto uma polarização, mas há uma falta de regra”, afirmou a intelectual.

Segundo ela, Bolsonaro já cometeu mais crimes de responsabilidade do que a ex-presidente Dilma Roussseff (PT) e ainda permanece no cargo, por conivência da classe política que se beneficia do “desgoverno bolsonarista”.

“A imprensa corporativa e os poderosos não querem que ele caia. Enquanto parte da população passa fome, o Brasil aumentou a lista de bilionários. Tem gente rica ganhando dinheiro com o que o Bolsonaro faz, e por isso ele não cai. O capital ganha muito com o que ele faz. Não se pode acusar o presidente de não cumprir aquilo que disse na campanha. Ele veio para destruir. Está destruindo as instituições que permitem a vigência de um governo democrático, de respeito às eleições.”

Há risco de o Brasil acompanhar um episódio semelhante ao vivido nos Estados Unidos, em janeiro de 2021. Apoiadores do então presidente americano Donald Trump invadiram o Capitólio após discurso inflamado do republicano, que lançou suspeitas, sem provas, de fraudes na eleição em que foi derrotado por Joe Biden. A invasão resultou em cinco pessoas mortas.

“Precisamos reconstruir o país, é o que está em jogo nessas eleições. Há muito o que fazer no Brasil”, disse Suzeley.

Fonte: O Vale

 

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