PGR defende citação de Robinho em processo para cumprir pena no Brasil

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos defendeu a citação do ex-jogador de futebol Robinho no processo de homologação da sentença da Justiça italiana que o condenou a 9 anos de reclusão pelo crime de estupro coletivo. A manifestação foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da ministra relatora do caso na corte, Maria Thereza de Assis.

Citação é a primeira fase da homologação, processo pelo qual a condenação no exterior pode passar a ter validade dentro do país para que a pena seja cumprida no Brasil. Na manifestação, Santos avaliou que “inexistentes quaisquer restrições à transferência da execução da pena imposta aos brasileiros natos no estrangeiro, o requerido há de ser citado nos endereços indicados para apresentar contestação”.

O caso de Robinho levantou discussão doutrinária sobre a possibilidade de transferência da execução da pena imposta a brasileiros natos por crimes cometidos em outros países. A Itália chegou a pedir a extradição do brasileiro, ação vedada pela Constituição Federal. Por esse motivo, a Itália entrou no STJ, por meio do Ministério da Justiça, com o pedido de homologação da decisão que condenou o jogador para que a pena seja cumprida no Brasil.

Na última quinta-feira (23), a ministra Maria Thereza de Assis determinou, em exame preliminar, a citação do jogador no processo de homologação e intimou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a se manifestar. Após a citação, a defesa do jogador ainda pode apresentar contestação.

O caso de Robinho é um dos mais notórios no futebol brasileiro. O jogador foi condenado pela Justiça italiana em 2017, em primeira instância, a nove anos de prisão por estupro coletivo. O crime ocorreu em 2013, quando Robinho ainda jogava pelo Milan. A condenação foi confirmada em segunda instância em dezembro de 2020, após anos de recursos judiciais.

Não foi possível contactar a defesa de Robinho de imediato para comentar a manifestação da PGR. O ex-jogador tem negado as acusações e afirma ser vítima de perseguição.