EUA Reavaliam Sanções Contra a Venezuela Após Inelegibilidade de Opositora

Decisão da Suprema Corte venezuelana coloca em xeque compromisso com eleições justas em 2024

María Corina Machado (foto) venceu as primárias da oposição da Venezual em outubro Foto: Internet

Os Estados Unidos estão reexaminando sua postura em relação às sanções impostas à Venezuela, após a Suprema Corte do país sul-americano confirmar, na última sexta-feira (26.jan.2024), a inelegibilidade de María Corina Machado, principal opositora do presidente Nicolás Maduro, por um período de 15 anos. A decisão impacta diretamente o cenário político, uma vez que Machado havia conquistado as eleições primárias da oposição em outubro de 2023, tornando-se a candidata para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais deste ano, cuja data ainda não foi definida.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, a determinação da Suprema Corte venezuelana “contradiz o compromisso assumido pelos representantes de Nicolás Maduro de organizar eleições presidenciais justas em 2024”. A declaração reforça a preocupação internacional com o processo eleitoral no país sul-americano.

A revisão das sanções pelos Estados Unidos envolve o retorno ao status quo anterior à decisão de outubro, quando o país concordou em aliviar as punições comerciais ao setor de petróleo venezuelano. Esse alívio estava condicionado à realização de eleições presidenciais livres e internacionalmente monitoradas em 2024, uma medida que buscava incentivar práticas democráticas no país.

A inelegibilidade de María Corina Machado levanta questionamentos sobre a transparência do sistema judiciário venezuelano e reforça as tensões políticas entre a oposição e o governo de Maduro. O anúncio da Suprema Corte gerou reações tanto dentro do país como internacionalmente, com diversas nações expressando preocupação com a possível falta de garantias democráticas no processo eleitoral venezuelano.

O governo dos Estados Unidos, ao reavaliar suas sanções, sinaliza a importância que atribui ao respeito pelos princípios democráticos e à participação justa de todas as forças políticas em um processo eleitoral. A medida também reflete a pressão internacional por uma solução pacífica e democrática para a crise política na Venezuela.

A relação entre os Estados Unidos e a Venezuela tem sido marcada por uma série de tensões nos últimos anos, e a revisão das sanções agora adiciona mais um capítulo a esse cenário complexo. O impacto desse desdobramento nas relações bilaterais e no futuro político da Venezuela permanece incerto, enquanto a comunidade internacional aguarda atentamente os desdobramentos dessa decisão.