Tentativa de conciliação entre TRT e sindicato dos metroviários fracassa e greve continua em SP

Uma tentativa de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho acabou sem acordo entre o Sindicato dos Metroviários e o Metrô de São Paulo na tarde desta quarta-feira, dia 18 de maio de 2021.

Passageiros formam fila e tentam embarcar em ônibus em frente a estação Corinthians/Itaquera após greve no Metrô de SP — Foto: Paulo Guereta/Estadão Conteúdo

Os metroviários entraram em greve à meia-noite desta quarta-feira, provocando funcionamento parcial das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha e paralisação da Linha 15-Prata do monotrilho, além de lentidão em vias da capital paulista.

O Tribunal Regional do Trabalho e o Ministério Público apresentaram uma proposta de reajuste de 7,79%, tanto no salário quanto nos vales alimentação e refeição da categoria a partir de maio de 2021.

O Metrô não concordou com a proposta e afirmou que poderia adiantar para a categoria o pagamento de participação nos lucros para 31 de agosto de 2021 e o abono salarial para 31 de janeiro de 2022.

O Sindicato dos Metroviários informou que fará uma nova assembleia na noite desta quarta-feira para verificar com os metroviários se aceitam a proposta do Metrô.

Sem acordo

Segundo o relatório da audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho, um magistrado e o Ministério Público apresentaram uma proposta que previa reajuste de 7,79% tanto no salário quanto nos vales alimentação e refeição da categoria a partir de maio de 2021.

O representante do Metrô, entretanto, disse que não poderia atender aos termos da proposta apresentada pelo MP, mas que poderia melhorar uma proposta apresentada anteriormente, com antecipação do pagamento de participação nos lucros para a categoria e o abono salarial.

Já o sindicato dos trabalhadores informou que fará uma nova assembleia na noite desta quarta-feira para verificar com os metroviários se aceitam a proposta do Metrô. O sindicato deverá informar a decisão à Justiça até a meia-noite desta quarta.

Cerca de 2 milhões de passageiros foram afetados durante esta quarta-feira (19) pela greve dos metroviários, que paralisou de forma integral ou parcial três linhas do Metrô e uma do monotrilho. A cidade de São Paulo registrou altos índices de congestionamento.

Os metroviários de São Paulo aprovaram a greve por reposição salarial a partir da 0h desta quarta. A decisão ocorreu em uma assembleia na noite da terça-feira (18). Os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata sofreram paralisações.

Uma audiência de conciliação entre o Metrô e os grevistas foi realizada nesta tarde e durou cerca de 3 horas. A reunião foi mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, que fez uma proposta de reajuste de 7,79% tanto no salário quanto no vale-refeição e ainda no pagamento da parcela referente à participação de resultados de 2019, para ser paga em janeiro de 2022. A proposta, no entanto, foi recusada pelo Metrô.

O sindicato dos trabalhadores informou que fará uma nova assembleia na noite desta quarta-feira para verificar com os metroviários se aceitam a proposta do Metrô ou se permanecem paralisados. O sindicato deverá informar a decisão à Justiça até a meia-noite desta quarta.

Reflexos da greve

Os passageiros que ficaram sem o meio de transporte tiveram de recorrer a aplicativos ou andar até o terminal de ônibus mais próximo. Também foi registrada aglomeração nas estações que estavam em funcionamento. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 277 km de congestionamento às 18h30. Na tarde de terça-feira (18), no mesmo horário, foram registrados 195 km.

Eles começaram a sentir os efeitos da greve na madrugada. “Nós, que trabalhamos em um horário da madrugada, chegamos em casa para dormir e acordar para trabalhar e somos surpresos com isso”, afirma o segurança Genildo Lima dos Anjos.

“Não estamos pedindo aumento salarial, estamos reivindicando a reposição de uma perda que há mais de dois anos não temos nenhum tipo de reajuste e mais do que isso o metrô deve algumas questões que já eram para ter sido pagas no ano passado”, afirma Wagner Fajardo, coordenador geral do Sindicato dos Metroviários.

Alexandre Baldy, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, afirmou que no ano de 2021, o governo do estado disponibilizou cerca de R$ 300 milhões em recursos para oferecer um reajuste de 2,6% aos metroviários, com todos os benefícios mantidos.

Fonte: Mobilidade Sampa e G1