Mina da Braskem em Maceió enfrenta risco de colapso às 6h desta sexta-feira (01/12). Defesa Civil evacua área do Mutange e arredores. Autoridades monitoram possíveis impactos, alertando para um tremor de terra. Geólogo destaca que o colapso não deve gerar ondas significativas. Processo de preenchimento das minas e desafios ambientais em destaque. Deslocamento populacional de quase 60 mil pessoas e ampliação da área de risco por decisão judicial. Medidas emergenciais em curso enquanto a população aguarda mais informações sobre as consequências iminentes.
A cidade de Maceió enfrenta uma iminente ameaça, com a mina da Braskem prevista para entrar em colapso por volta das 6h desta sexta-feira (1°). As autoridades da Defesa Civil, baseando-se na informação fornecida pela empresa, alertam para a possibilidade de um tremor significativo e a formação de uma cratera. A população da área do Mutange e arredores já foi evacuada como medida preventiva, mas as repercussões exatas do evento ainda permanecem incertas.
A mina, que anteriormente atingiu a profundidade de mil metros, apresentava uma cavidade com capacidade para armazenar incríveis 500 milhões de litros de água, equivalente a aproximadamente 200 piscinas olímpicas. Entretanto, ao longo do tempo, essa cavidade migrou para a superfície, auto preenchendo-se e, atualmente, sua dimensão exata permanece desconhecida. Abelardo Nobre, coordenador da Defesa Civil de Maceió, destaca a complexidade do monitoramento, com drones operando 24 horas para acompanhar a área ameaçada.
Ameaça à Lagoa Mundaú e Mitigação de Riscos
Estima-se que cerca de 60% da extensão da mina esteja localizada dentro da lagoa Mundaú. O temor gerado pela possibilidade de colapso levou à disseminação de notícias falsas sobre a criação de um pequeno tsunami. Contrariando essas especulações, Abelardo esclarece que a entrada de água na cavidade resultaria na redução do nível da lagoa, não na formação de ondas significativas. Em resposta, embarcações foram orientadas a evitar a navegação na área até novas instruções.
Previsões sobre o Colapso e suas Consequências
Abelardo Nobre detalha que, no momento do colapso, é esperado um tremor de terra, mas com magnitude insuficiente para causar danos físicos significativos às propriedades circunvizinhas. Entretanto, devido à falta de informações precisas sobre as dimensões atuais da cavidade, não é possível determinar a extensão exata do impacto na superfície. O geólogo Antônio Jorge Garcia, do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, compartilha a visão de que o colapso resultará em um buraco, sem provocar ondas ou danificar edifícios além do já previsto.
O Funcionamento do Sistema e os Desafios Atuais
A Braskem utiliza um sistema que envolve a perfuração de poços para injetar água na camada de sal, gerando salmoura. Essa solução é então retirada, e as minas são preenchidas com material líquido para estabilizar o solo. Contudo, ao longo dos mais de 40 anos de exploração, vazamentos ocorreram, levando à instabilidade do solo e à formação de cavidades, como a da mina 18. Com um total de 35 minas na área urbana, o processo de preenchimento está em andamento para evitar mais incidentes.
Deslocamento Populacional e Medidas Emergenciais
Os vazamentos ao longo dos anos resultaram no afundamento do solo em cinco bairros, deslocando quase 60 mil pessoas. Em resposta às ameaças contínuas, uma determinação judicial ampliou a área de risco, incluindo mais 1.700 lotes que agora precisarão ser evacuados. Cada lote afetado abriga, no mínimo, uma residência, destacando a magnitude do desafio enfrentado pelas autoridades locais. O processo de mitigação de riscos continua, enquanto a população aguarda ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos.
